Este guia completo vai te ajudar a entender os diferentes tipos de estrabismo, como identificá-los e os tratamentos disponíveis. Vamos lá?
O estrabismo é uma condição ocular que afeta o alinhamento dos olhos, fazendo com que eles apontem em direções diferentes.
É possível notar em qualquer idade, mas é especialmente comum na infância.
O estrabismo, também conhecido popularmente como “vesgueira” ou “olhos cruzados”, é uma alteração que pode afetar significativamente a visão se não for tratada adequadamente.
Além do impacto visual, o estrabismo pode afetar a percepção de profundidade, a coordenação motora e até mesmo a interação social, especialmente em crianças que estão em fase de desenvolvimento.
Entender as nuances dessa condição é essencial para buscar o tratamento correto e garantir uma melhor qualidade de vida.
Neste artigo, abordaremos detalhadamente os tipos de estrabismo, seus sintomas, causas e as opções de tratamento mais modernas e eficazes disponíveis atualmente.
O que é estrabismo?
O estrabismo é o desalinhamento dos olhos, onde cada um pode focar em direções diferentes.
Isso acontece devido a problemas nos músculos oculares ou na forma como o cérebro controla esses músculos.
Ele pode ser intermitente ou constante, afetar um ou ambos os olhos, e pode ter um impacto significativo na visão, autoestima e qualidade de vida.
O funcionamento normal dos olhos requer que ambos estejam alinhados e se movam juntos para focar em um objeto específico.
No caso do estrabismo, essa coordenação apresenta prejuízos.
Os músculos extraoculares, responsáveis pelos movimentos oculares, não trabalham em harmonia, fazendo com que cada olho olhe para direções diferentes.
Isso não só afeta a visão binocular — a capacidade de combinar as imagens de ambos os olhos para formar uma única imagem tridimensional — mas também pode levar ao desenvolvimento de problemas como ambliopia (olho preguiçoso) e diplopia (visão dupla).
O estrabismo não é apenas uma questão estética; suas implicações vão além da aparência física.
Crianças com estrabismo podem enfrentar desafios na escola, dificuldades em atividades que requerem coordenação olho-mão, como esportes, e podem ser alvo de bullying, o que afeta sua autoestima e desenvolvimento emocional.
Em adultos, o estrabismo pode surgir devido a outras condições médicas e impactar a vida profissional e social.
Quais são os tipos de estrabismo?
O estrabismo pode se manifestar de diversas formas, dependendo da direção para a qual o olho se desvia e dos fatores causais.
Conhecer os tipos específicos ajuda no diagnóstico preciso e na escolha do tratamento mais adequado.
Estrabismo Convergente (Esotropia)
É quando um ou ambos os olhos se voltam para dentro, em direção ao nariz.
Este tipo é muito comum em crianças pequenas e pode ser notado ao olhar fixamente para um objeto próximo.
Sintomas: olhos voltados para dentro, visão dupla ou visão borrada.
Causas: pode ser congênito ou resultado de erros de refração, como hipermetropia não corrigida.
A esotropia pode ser classificada em diferentes subtipos, como a esotropia acomodativa, que está relacionada à hipermetropia.
Nesses casos, a criança faz um esforço excessivo para focar objetos próximos, levando ao desvio ocular.
Há também a esotropia congênita, que aparece nos primeiros seis meses de vida e geralmente requer intervenção cirúrgica.
Os pais podem notar que a criança não consegue fixar o olhar corretamente ou que um dos olhos parece “desviar” constantemente.
É importante buscar avaliação oftalmológica precoce para evitar complicações futuras.
Estrabismo Divergente (Exotropia)
Aqui, os olhos se voltam para fora, em direção às orelhas. Pode ser mais perceptível quando a pessoa está cansada ou olhando para longe.
Sintomas: dificuldade em focar objetos próximos, visão dupla ocasional.
Causas: problemas neurológicos, fadiga ocular ou desequilíbrios musculares.
A exotropia pode ser intermitente, ocorrendo apenas em determinados momentos, como quando a pessoa está sonolenta, doente ou distraída.
Em outros casos, pode ser constante. Crianças com exotropia podem fechar um olho em ambientes com muita luz ou quando estão ao ar livre, indicando desconforto visual.
Se não tratada, a exotropia pode levar à perda da visão binocular e dificuldade em atividades que requerem percepção de profundidade.
O tratamento pode variar desde a prescrição de óculos até terapia visual ou cirurgia, dependendo da gravidade.
Estrabismo Vertical
Neste caso, um olho está posicionado mais alto ou mais baixo em relação ao outro.
Sintomas: inclinação de cabeça para compensar a visão desalinhada, dificuldade com tarefas como leitura.
Causas: lesões nos músculos ou nervos oculares.
O estrabismo vertical é menos comum que os tipos horizontais, mas pode ser mais complexo de tratar.
Condições como paralisia do músculo oblíquo superior (também conhecida como síndrome de Brown) ou paralisia do músculo reto inferior podem causar este tipo de desvio.
As pessoas podem desenvolver hábitos posturais, como inclinar ou girar a cabeça, na tentativa de alinhar a visão e reduzir a diplopia.
Em alguns casos, o estrabismo vertical está associado a problemas neurológicos ou condições sistêmicas, exigindo uma abordagem multidisciplinar no tratamento.
Estrabismo Leve
Refere-se a casos onde o desalinhamento é mínimo e pode passar despercebido até que testes específicos sejam realizados.
Sintomas: cansaço visual e dificuldades para tarefas que exigem atenção visual prolongada.
Causas: muitas vezes, relacionados a problemas refrativos leves.
O estrabismo leve, ou microestrabismo, pode ser sutil e não apresentar sintomas óbvios.
No entanto, a falta de alinhamento perfeito pode causar desconforto visual, dores de cabeça e dificuldade de concentração, especialmente em atividades como leitura ou uso prolongado de telas.
Crianças em idade escolar podem apresentar queda no desempenho acadêmico sem causa aparente.
A avaliação oftalmológica detalhada é essencial para identificar este tipo de estrabismo e iniciar o tratamento adequado, que pode incluir óculos com correção prismática ou terapia visual.
O que pode ser confundido com os tipos de estrabismo?
Às vezes, outras condições podem parecer estrabismo.
Aqui estão algumas:
- Falso estrabismo: mais comum em bebês devido ao formato da ponte nasal.
- Ambliopia (“olho preguiçoso”): embora frequentemente associada ao estrabismo, é uma condição distinta.
- Nistagmo: movimento involuntário dos olhos que pode confundir o diagnóstico.
É importante diferenciar o estrabismo verdadeiro de condições que simulam seu aspecto.
O falso estrabismo, ou pseudostrabismo, ocorre quando características faciais, como uma dobra de pele no canto interno dos olhos (epicanto) ou uma ponte nasal larga, dão a impressão de desalinhamento.
Geralmente, à medida que a criança cresce e suas feições mudam, a aparência de estrabismo desaparece.
A ambliopia, por sua vez, é a diminuição da acuidade visual em um olho que não se desenvolveu normalmente durante a infância.
Embora possa ser consequência do estrabismo, também pode ocorrer devido a outros fatores, como anisometropia (diferença significativa de grau entre os olhos).
O nistagmo envolve movimentos rítmicos e involuntários dos olhos, que podem ser horizontais, verticais ou rotatórios.
Essa condição pode afetar a estabilidade visual e é crucial distinguir do estrabismo para estabelecer o tratamento correto.
Causas dos tipos de estrabismo
O estrabismo pode ter várias causas, incluindo:
- Genética: Além disso, um histórico familiar pode aumentar as chances.
- Condições neurológicas: Por exemplo, condições como paralisia cerebral.
- Problemas de refração: Além disso, problemas como hipermetropia ou astigmatismo.
- Traumas ou cirurgias oculares: No entanto, esses eventos podem afetar os músculos dos olhos.
Fatores genéticos desempenham um papel significativo no desenvolvimento do estrabismo.
Se um ou ambos os pais têm estrabismo, as chances de a criança desenvolver a condição aumentam.
Além disso, condições como síndrome de Down e hidrocefalia estão associadas a uma maior incidência de estrabismo.
Condições neurológicas podem afetar os nervos que controlam os músculos oculares, levando ao desalinhamento.
Por exemplo, lesões cerebrais, acidentes vasculares cerebrais e esclerose múltipla podem causar estrabismo adquirido em adultos.
Problemas de refração não corrigidos forçam os olhos a trabalhar mais para focar, o que pode desencadear o estrabismo, especialmente em crianças hipermetropes.
A correção adequada com óculos pode aliviar o esforço e melhorar o alinhamento ocular.
Traumas oculares ou cirurgias prévias, como catarata congênita, podem danificar os músculos ou nervos oculares.
Nestes casos, o estrabismo pode ser uma complicação secundária que requer intervenção especializada.
Tratamentos para os tipos de estrabismo
O tratamento do estrabismo visa realinhar os olhos, melhorar a função visual e restaurar a visão binocular.
A abordagem pode variar dependendo da causa, gravidade e idade do paciente.
Correção com óculos
Indicado para casos causados por problemas de refração, ajudando a alinhar os olhos.
Óculos com lentes corretivas podem reduzir ou eliminar o desvio ocular em casos onde o estrabismo é secundário a erros refrativos, como hipermetropia.
Em alguns pacientes, especialmente crianças, o uso consistente dos óculos pode levar à resolução completa do estrabismo sem a necessidade de intervenções adicionais.
Em outros casos, os óculos podem ser combinados com outras terapias para alcançar os melhores resultados.
É fundamental que a prescrição seja precisa e que os óculos sejam ajustados adequadamente para garantir a eficácia do tratamento.
Terapia visual
Exercícios para fortalecer os músculos oculares e melhorar a coordenação.
A terapia visual, ou ortóptica, é um conjunto de exercícios personalizados realizados sob a orientação de um profissional especializado.
O objetivo é melhorar o controle muscular, a coordenação e a capacidade de focar.
A terapia pode incluir atividades com prismas, filtros, programas computacionais e exercícios de fixação.
É especialmente eficaz em casos de estrabismo intermitente e em pacientes com fusão binocular potencial.
O sucesso da terapia visual depende da adesão ao programa e da colaboração entre o paciente, família e profissionais de saúde.
Cirurgia
Em casos graves, pode ser necessária para reposicionar os músculos oculares.
Saiba mais sobre tratamento cirúrgico aqui.
A cirurgia de estrabismo é realizada para ajustar a força ou posição dos músculos extraoculares, realinhando os olhos.
O procedimento pode envolver o enfraquecimento, fortalecimento ou reposicionamento dos músculos afetados.
A cirurgia é geralmente realizada sob anestesia geral em crianças e pode ser feita sob anestesia local em adultos.
O tempo de recuperação é relativamente curto, e a maioria dos pacientes retoma suas atividades normais em poucos dias.
Embora a cirurgia possa melhorar significativamente o alinhamento ocular, pode ser necessário combinar com outros tratamentos para otimizar a função visual.
Em alguns casos, mais de uma cirurgia pode ser necessária ao longo do tempo. Saiba mais sobre tratamento cirúrgico aqui.
Injeções de Botox
Usadas para relaxar temporariamente os músculos oculares em desalinhamento.
A toxina botulínica tipo A (Botox) pode ser injetada nos músculos oculares para tratar certos tipos de estrabismo.
O Botox atua bloqueando temporariamente a transmissão nervosa, causando relaxamento do músculo hiperativo e permitindo que o músculo oposto recupere o equilíbrio.
Este tratamento é particularmente útil em casos de estrabismo recente ou em pacientes nos quais a cirurgia convencional apresenta riscos.
O efeito do Botox é temporário, durando alguns meses, mas pode levar a melhorias permanentes no alinhamento em alguns pacientes.
O procedimento é minimamente invasivo e pode ser realizado em ambiente ambulatorial.
Por que buscar ajuda cedo?
Detectar e tratar o estrabismo o quanto antes é fundamental, especialmente em crianças. Isso não só melhora a visão, mas também evita impactos no desenvolvimento social e emocional.
O período crítico para o desenvolvimento da visão binocular é nos primeiros anos de vida.
Se o estrabismo não for corrigido durante essa fase, o cérebro pode suprimir a imagem do olho desviado para evitar a visão dupla, levando à ambliopia.
Isso resulta em perda permanente da acuidade visual naquele olho.
Além disso, crianças com estrabismo podem enfrentar desafios na interação social, podendo desenvolver baixa autoestima e isolamento.
A intervenção precoce certamente aumenta as chances de sucesso do tratamento e reduz a necessidade de intervenções mais invasivas no futuro.
Pais e educadores devem estar atentos a sinais de estrabismo ou dificuldade visual nas crianças, como inclinação de cabeça, fechamento de um olho sob luz intensa, falta de interesse por objetos distantes ou proximidade excessiva ao olhar para livros ou telas.
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